Vir embora é sempre a parte mais difícil. A incerteza de quando voltamos, a dúvida na continuidade do que tentámos desenvolver, o peso da distância e da vida do outro lado. Há dias disse às nossas voluntárias que agora saíram de Chokwe atormentadas com o trabalho inacabado, que o importante é focar a atenção no que foi feito.
A imensidão do que é a nossa missão com as mais de 2000 crianças que apoiamos diariamente leva-nos invariavelmente para um sentimento de impotência ou insatisfação. Mas com os anos aprendi a focar-me nas pequenas vitórias. Procuro que a esperança nos olhos do Salvador seja mais forte que a dor que viveu nos últimos 2 anos. Procuro que saber que temos mais crianças a estudar seja mais forte que a ansiedade das mãos das mamãs de S. Vicente ao procurarem cada produto da cesta básica. Procuro que os sonhos da Irmã Antónia para S. Luisa sejam mais fortes que as estatísticas de SIDA que me apresenta e ultrapassam qualquer número oficial.
Porque a nossa missão é caso a caso, criança a criança, procurando em cada um encontrar uma fonte de esperança, uma força que os faça querer mais. A nossa missão é proporcionar oportunidades e trabalhar cada dia para ajudar as crianças a aproveitarem as mesmas. Não é uma missão fácil e por isso o coração sai pesado querendo sempre fazer mais. Mas é uma missão com propósito e cada vez que vamos a Moçambique, afinamos o nosso rumo.
Tamos Juntos, Mana Sara