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“As nossas primeiras impressões” por Bernardo e Filipe

Após um 11 horas de voo e a acordar e adormecer constantemente, finalmente chegamos a Maputo (capital de Moçambique). A primeira conversa com um nativo deu-se na área de acesso às bagagens. Um homem aproximou-se com um sorriso e uma proposta. Segundo ele, os guardas do aeroporto (que verificam a bagagem à saída do aeroporto), iriam levar alguns dos nossos pertences e obrigar-nos a permanecer no aeroporto durante horas. Eles argumentariam que não tínhamos permissão para trazer alguns de nossos pertences.

Como poderíamos evitar esta experiência desagradável? Ao pagar um pouco de dinheiro, que iria “resolver tudo”. Bem, nós decidimos seguir o conselho de um amigo…que nos tinha avisado antes sobre este tipo de situações e dissemos: “Não, obrigado”. O resultado? Passamos pelos guardas e correu tudo bem. Estamos oficialmente em Moçambique!   Após a nossa chegada, uma ex-voluntária da nossa ONGD (Um Pequeno Gesto) e o seu pai vieram receber-nos ao aeroporto. Eles foram fantásticos e extremamente acolhedores. Ela estava na cidade para revisitar o local onde foi voluntária pela UPG à 4 anos atrás. No caminho, vimos um pouco de Maputo. A primeira sensação que tivemos foi: “é claramente um país muito pobre”. Mesmo sendo a capital, tendo grandes edifícios, bancos, e.t.c., tudo parecia um pouco antigo e danificado.

No nosso caminho, atravessámos uma estrada bastante famosa que nos leva a um lugar chamado “Macia”. Imagine-a como uma versão Africana da “Route 66”. Vimos inúmeras pessoas sentadas no chão vendendo frutos. Enquanto estávamos a atravessar esta estrada, apareceram de forma inesperada, várias pessoas a correr na nossa direcção. Parecia que estava a acontecer algo importante. Nós não fazíamos ideia do que estava a acontecer, mas achamos surpreendentemente engraçado. Eles estavam a tentar vender cajus. Foram sem dúvida os melhores que já provámos! Ah…Moçambique!!!   20 minutos depois, chegamos a Xai-Xai. Já não há passeios, o chão está coberto de lixo, lama e poças de água sujas. A maioria dos edifícios têm apenas 1 andar e pareciam velhos. A maior parte dos edifícios foram pintados de vermelho, com o logótipo da Coca-cola ou da Vodacome. Estes edifícios eram bares, cafés e lojas locais.

Aparentemente, estas empresas oferecem as pinturas e são extremamente populares aqui ahah. Mesmo ao lado da estrada, há crianças com coletes amarelos a vender cartões de telemóveis para os carregar, algumas mulheres andam com alguidares de fruta no topo das suas cabeças e outros estão sentados no chão, vendendo alimentos. Algumas mulheres, vestidas com saias típicas africanas, algumas crianças sem calçado e outras com os pés dentro de poças de água. Parecia semelhante ao que normalmente vemos em documentários e filmes.   Fizemo-nos à estrada novamente e finalmente a caminho de Chockwé, a cidade onde vamos trabalhar e viver nas próximas 6 semanas. O Hilário é o único que conduz o carro. Ele é o coordenador local da ONGD.

A viagem foi excelente, conhece-mos o Hilário e trocamos várias ideias. Ele é incrível, apreciamos cada minuto da conversa, enquanto observávamos uma bela paisagem e ouvíamos kizomba (é um estilo de música dos países africanos) tivemos a mesma sensação: Uau, isto é lindo e está realmente a acontecer!

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