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Caminhada Solidária – Cheias

Ontem, a Caminha solidaria na serra de Sintra, organizada pela nossa voluntária Francisca, com o objectivo de angariar donativos para o fundo de emergência correu muito bem, levando a participar c. de 25 pessoas. Os vales profundos e o piso técnico com a aproximação ao Cabo da Roca foram razão suficiente para alterar o percurso definido para uma actividade que tem de ser acessível a todos os que desejam caminhar por uma causa: apoiar as crianças e suas famílias da zona de Gaza, desalojadas devido às cheias do rio Limpopo. A Francisca e toda a equipa angariaram 127€. A todos agradecemos a sua motivação, solidariedade e vontade de ajudar!

A Francisca enviou-nos o seu testemunho desta iniciativa: “Pelos trilhos da serra A manhã era de sol e a pouco e pouco foram chegando à peninha. Inscrições no momento, pequeno briefing e logo de início a subida ao “santuário da peninha”. Conta a lenda que no lugar onde se encontra a capela uma pastora recuperou a ovelha perdida e a voz. Quem não conhece a vista deslumbrante sobre o cabo da roca e o oceano. Na descida, avistamos a costa, a ponta mais ocidental e embrenhamos-nos nos trilhos da serra. Por caminhos de terra surgimos sob as árvores frondosas e espreitamos de novo a costa, a zona das praias. Estamos num enclave rochoso, o penedo de Adrenunes, dólmen ou amontoado de rochas; esquecido até o marco geodésico está em ruínas.

Saciados, voltamos ao trilho estreito e continuamos a descer na direcção do Penedo. Mas há que continuar, a entrada na povoação custar-nos-ia uma penosa subida, na “quinta do paizinho”, rodamos de novo para o interior do bosque. Aproximamos-nos do convento dos Capuchos, estamos nos “quatro caminhos”, perdemos um pouco de cota mas de novo subimos: procuramos a “pedra amarela”. O penedo dos ovos que, diz a lenda, esconde um tesouro que apenas será descoberto por quem com ovos o conseguir derrubar. No final da subida somos recebidos pelo marco geodésico da pedra amarela. Sobrancelhas arqueadas, gota de água no meio da testa parece intrigado com a nossa presença, ou será que é um desafio para espreitarmos o que de nós parece querer esconder? Rodamos o olhar e escolhemos, o horizonte é vasto e o contraste das cores fascinante. Avista-se a Peninha, vamos regressar.

Na descida, o vale cavado contém a água do rio da mula, na barragem com o mesmo nome, que em Cascais encontrará o mar como ribeira das vinhas. Atravessamos a estrada, continuamos a descer, estamos na base da peninha. Vamos ganhando altura à medida que nos aproximamos. No final resta-nos o troço mais inclinado e chegamos. Afinal fizemos 14Km!”   Juntos pelas crianças e famílias moçambicanas!

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