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Banhine

Dia 4 – Pelas Comunidades Rurais

Nestas visitas relâmpago, nem sempre arranjamos tempo para ir lá bem fundo nas áreas remotas, nas comunidades rurais onde estamos presentes em Banhine ou Nhampfumine. Mas com alguma organização e muito boa vontade de todos, organizámos o nosso sábado para visitar a comunidade de Banhine e as famílias de Chongoene.

O caminho é daqueles que não se imagina. Primeiro areal, depois areal no meio de arbustos e já para o final, o caminho parece-me mais imaginado pelas rodas da pick-up do que aquele que de fato consigo ver. Com admiração, vou seguindo as instruções dos nossos técnicos de campo, que do nada indicam uma viragem à esquerda numa árvore que me parece igual a todas as outras. Num momento de recordação de quem já partiu, lembro a Irmã Aparecida, que sem medos guiava por toda a parte nestes caminhos e acompanhou estas comunidades de perto quando em missão em Moçambique.

A chegada apenas se faz sentir porque começamos a ouvir uma canção e o edifício que se ergue (ou cai) à nossa frente é um pouco maior que as restantes casas locais, e sem cobertura. Uma antiga igreja serve de centro da comunidade e é ai que se fazem os encontros e organizamos as distribuições mensais. As mamãs (e algumas vóvós) lideram os cânticos de boas vindas e algumas crianças olham timidamente para as visitas que chegam.

Olho em volta e tento pensar no que mudou. A paisagem mantém-se e o tamanho do grupo não é diferente. Mas olhando com atenção vejo que há muitas crianças mais velhas. Era difícil ter crianças a passar da 7ª classe em Banhine, mas agora temos vários no grupo da 10ª, 11ª e até 12ª. Aos poucos, é mais aceite o caminho da educação e as crianças acabam por puxar-se um pouco umas às outras.

As palavras são difíceis mas saem do coração. É uma alegria reencontrá-los e ver as crianças a crescer e assim poder mostrar aos pequeninos na frente da fila que há um caminho a seguir. Dou algum trabalho ao Mano Ilídio, o técnico da UPG que conhece cada família de perto e traduz o que digo para garantir que chega a todos. Qual a uma coisa que a UPG pede de todas as mamãs? Que mandem as crianças para a escola – “Afambi Escola!”.

De seguida, é com os mais velhos que começo as conversas individuais. Começam com alguma timidez, mas aos poucos vamos tendo alguns voluntários. Vem o Juvêncio, a Quitéria, a Arlete, a Hortênsia, e muitos mais. A cada um pergunto o que querem ser quando terminarem a 12ª classe – professores e polícias é a resposta mais tradicional, mas fiquei impressionada com a primeira menina que quis ser contabilista e o menino que quer ser engenheiro. Nem todos têm resposta (ou convicção) mas sabem que tem um caminho a percorrer. Aos que se aproximam do fim, lembro-lhes do caminho percorrido e da vitória que já alcançaram ao chegar ali, para não desistirem no final do caminho. Às meninas, faço o pedido especial que não se deixem levar por promessas vãs e continuem a estudar. Multiplicam-se os abraços, e até algumas promessas. “Prometes que vai estudar um bocadinho mais?”

No final, as mamãs da comunidade brindam-nos com muita alegria e muita dança, ao qual não resisto a juntar-me. É o delírio desde os mais pequenos aos mais graúdos. Quero partilhar da alegria da gratidão que sentem e da oportunidade que tentam agarrar. Quero que saibam que estou com eles e que todos os dias os levo no meu coração.

A manhã vai avançada mas há ainda muito caminho de areia a percorrer. Estão programadas visitas às famílias na Missão de Chongoene. Na casa da Madalena, encontramos uma casa organizada apesar de estar a sofrer com as chuvas que ameaçam as paredes. A menina está já na 12ª classe mas descobrimos que sofre de anemia crónica e asma e o hospital onde estava a ser tratada fechou. Deixamos o Coordenador Arnaldo encarregue de encaminhar a menina para outro hospital para que possa voltar a ter tratamento e desejamos que não precise de faltar às aulas devido às crises de asma na altura do inverno. Está na 11ª classe, tão perto.

Na casa da Emília e do Gervásio vimos que têm as maõs cheias. De um lado lava-se roupa, do outro o irmão mais velho matica a casa com cimento. Estão a fazer uma pequena extensão para a família que tem 7 pessoas, já que a Mamã trata ainda dos 3 netos que a filha que foi para Maputo deixou ao seu cuidado. Elogio o que conseguem fazer e o carinho que se vê na família e está mais uma vez na hora de partir.

Depois de 5 visitas, está na hora de deixar a equipa descansar. E para mim de assentar ideias e preparar os dias seguintes. Nas comunidades, o ponto de partida está ainda mais atrás do que em qualquer outro dos nossos projetos na UPG. Por vezes parece que não estamos ainda onde podíamos estar, mas ao olhar para o lugar de onde saímos, é com um sorriso que celebramos pequenas vitórias.

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