“Os dias vão passando e, só faltando pouco mais duma semana antes de fazer as malas, há uma vontade inesgotável de aproveitar cada momento e de querer fazer o máximo possível para que o nosso legado aqui seja o maior possível… No início da semana, o professor Donique sugeriu-me que inventasse um jogo que pudesse fazer com as crianças. Inventar é complicado… por isso eu sugeri um jogo que brinquei toda a minha infância: O jogo das cadeiras.
Nunca tinham ouvido falar… Mesmo assim, passado 5 minutos de jogar já estavam radiantes… Riam, cantavam, batiam palmas… aqui tudo é pretexto para fazer uma festa. Fomos jogando mais vezes e a cada novo jogo tínhamos de ir buscar mais e mais cadeiras porque todos queriam jogar!… Chegaram a estar 35 miúdos e correr á volta de 34 cadeiras… O melhor deste jogo é que lhes ia pedindo que cantassem em português por isso até iam aprendendo alguma coisa… brincando. As ruas do centro já têm nome! Vamos começar a pendurar os letreiros assim que for possível… (Avenida do Seminário, Avenida S. Vicente de Paulo, Largo S. João G. Perboyre, e outras ruas com nomes de santos e beatos da congregação vicentina…). Está tudo encaminhado para receber a primeira-dama. Os miúdos têm ensaiado canções, algumas salas foram repintadas, está tudo varrido e arrumadinho… 3ª feira à noite dou notícias.
Era inevitável que me apegasse mais a alguns miúdos que a outros e por isso criei laços muito fortes com 7 ou 8 deles e, por isso, começo a adivinhar uma despedida difícil para a próxima semana, mas prefiro não pensar muito nisso agora. Mais vale render esta última semana que há-de vir para que também tenha saudades dela no futuro.”
Mano Diogo